O coro intervém
Dando voltas pelo palco acima.
Ela corre,
Usain Bolt no vácuo da rima.
A estrofe acopla, estância confortável,
Agrupa versos, soma melodias.
Inclusiva, não lhe importa números,
Tamanhos, formatos.
É a sinapses dos neurônios da poesia.
Indômita, moderna, bipolar.
Quando só é monóstica,
Mas emparelha-se e troca rimas
Quando consegue par.
Enxergam-lhe trística
Se em terceto.
Não lhe conhecem a mística
Na soma de um soneto.
Em quarteto o teto desaba.
Ficar na quadra é tetrástico,
Fica ABAB, ouve ABBA,
Balança, requebra o básico.
Com mais de cinco
Pode virar rondó,
Antes mal acompanhada
Que pentasticamente só.
Aí, a madureza,
Sexo hexático.
A liga da sextilha marca a coxa roliça
Num ronronar ramânico, septanático.
Na oitava rima
É futebol, é tri olé,
Bolas entre as pernas frias.
Noves fora, nova novena
Décimos exatos de euforia.
És trufa, estrofe
Escavada pelo gozo da poesia.